domingo, 8 de janeiro de 2012

Poema de Cinza - À memória de Fernando Pessoa - Por António Botto *


Imagem: Inês Mota


Esta edição da "Antologia de Poemas Portugueses Modernos por Fernando Pessoa e António Botto" foi composta e impressa para a Editora Nobel na Casa Minerva, Coimbra, em fevereiro de 1944, é numerada e traz a rubrica de António Botto. Fiquei maravilhada quando, por acaso, em 2006 a encontrei num sebo. O estado do exemplar, com manchas, páginas amassadas não me incomoda, ao contrário me agrada saber que as marcas podem ter sido deixadas pelas mãos que o leram. Gosto de livro que trazem "rastros" de leituras.

Em Novembro de 1935, quando Pessoa morreu, o trabalho não estava concluído. Foi Botto quem o terminou, selecionando poemas de José Régio, Augusto Pinto, Francisco Bugalho, João de Barros, Alfredo Guisado, Vitorino Nemésio, Carlos Queiroz, Miguel Torga, um poema ortônimo de Fernando pessoa e dos heterônimos  Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis. 

Abaixo transcrevo o "Poema de Cinza" extraído do livro, composto em homenagem ao amigo: 

"Poema de Cinza"

Se eu pudesse fazer com que viesses
Todos os dias, como antigamente,
Falar-me nessa lúcida visão -
Estranha, sensualíssima, mordente;
Se eu pudesse contar-te e tu me ouvisses,
Meu pobre e grande e genial artista,
O que tem sido a vida - esta boémia
Coberta de farrapos e de estrêlas,
Tristíssima, pedante, e contrafeita,
Desde que êstes meus olhos numa névoa
De lágrimas te viram num caixão;
Se eu pudesse, Fernando, e tu me ouvisses,
Voltávamos à mesma: Tu, lá onde
Os astros e as divinas madrugadas
Noivam na luz eterna de um sorriso;
E eu, por aqui, vadio da descrença,
Tirando o meu chapéu aos homens de juízo...
Isto por cá vai indo como dantes;
O mesmo arremelgado idiotismo
Nuns Senhores que tu já conhecias
- Autênticos patifes bem falantes...
E a mesma intriga: as horas, os minutos,

As noites sempre iguais, os mesmos dias,
Tudo igual! Acordando e adormecendo
Na mesma côr, do mesmo lado, sempre
O mesmo ar e em tudo a mesma posição
De condenados, hirtos, a viver 
Sem estímulo, sem fé, sem convicção...

Poetas, escutai-me. Transformemos
A nossa natural angústia de pensar -
Num cântico de sonho!, e junto dêle,
Do camarada raro que lembramos, 
Fiquemos uns momentos a cantar! 

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Vida e Morte de António Botto

Um reconhecimento que tarda

A vasta obra poética de Botto, em parte ainda dispersa ou não-recoligida, apesar de e também pelo muito que ele publicou, republicou, reorganizou em volumes dispersos ou suprimia de volumes anteriores, etc., poderá repartir-se em quatro fases: a juvenil, em que continua o tom da quadra dita popular, conjugando-o com aspectos da dicção simbolista que poetas como Correia de Oliveira, Augusto Gil, e sobretudo Lopes Vieira haviam introduzido nela; a simbolistico-esteticista, em que a juvenilidade tradicionalizante se literaliza dos requebros esteticísticos que marcaram, nos anos 20, muita poesia simultâneamente da tradição saudosista e modernista (é a das primeiras edições das Canções e breves plaquetes seguintes, em que todavia a personalidade do poeta já figura inteira em diversos poemas); a fase pessoal e original, nos anos 30, desde as edições de 1930-32 das Canções (em que ele ia incorporando selecções de colectâneas anteriores) até a Vida Que Te Dei e Os Sonetos (fase que é também a dos seus excepcionais contos infantis que tiveram realmente as edições estrangeiras que se julgava ser uma das mentiras megalomaníacas do poeta, da «novela dramática» António, e da peça Alfama); e a última fase, nos anos 40 e 50, até à morte que é a de uma longa e triste decadência, com poemas desvairadamente oportunistas, revisões desastrosas afectando nas reedições alguns dos melhores poemas anteriores [...]" em Líricas Portuguesas, de Jorge de Sena.

Sobre a poesia de António Botto escreveu Fernando Pessoa no prefácio do seu livro Motivos de Beleza, publicado em 1923: 

"A elegância espontânea do seu pensamento, a dolência latente de sua emoção asseguram-lhe facilmente, conjugando-se, a mestria nesta espécie de lirismo [...] Distingue-se pela simplicidade perversa e pela preocupação estética destituída de preocupações. Foge da complicação com o mesmo ardor com que se esconde da intenção directa. É em verdade singular que se seja simples para dizer exactamente outra coisa, e se vá buscar as palavras mais naturais para por meio delas ter entendimentos secretos.
Certo é que o que António Botto escreve, em verso ou em prosa, há que ser lido sempre com a intenção posta em o que não está lá escrito."

Os primeiros anos

António Botto nasceu em Concavada, freguesia do concelho de Abrantes, Portugal, [..], filho de Maria Pires Agudo e de Francisco Thomaz Botto. O seu pai trabalhava como "marítimo" no rio Tejo. Em 1908 a sua família mudou-se para o bairro de Alfama em Lisboa, onde cresceu no ambiente popular e típico desse bairro, que muito influenciou a sua obra. Recebeu pouca educação formal e trabalhou em livrarias, onde travou conhecimento com muitas das personalidades literárias da época, e foi funcionário público. Em 1924 - 25 trabalhou em Santo António do Zaire e Luanda, na então colónia de Angola.

Personalidade

António Botto tinha uma forte personalidade. Descrevem-no como magro, de estatura média, um dandy, de rosto oval, a boca muito pequena de lábios finos, os olhos amendoados, estranhos, inquisitivos e irónicos (de onde por vezes irrompia uma expressão perturbadoramente maliciosa) frequentemente ocultados sob um chapéu de abas largas.
Tinha um sentido de humor sardónico, incisivo, uma mente e língua perversos e irreverentes, e era um conversador brilhante e inteligente. Era amigo do seu amigo, mas ferozmente ruim se sentia que alguém antipatizava com ele ou não o tratava com a admiração incondicional que ele julgava merecer. Este seu feitio criou-lhe um grande número de inimigos. Alguns dos seus contemporâneos consideravam-no frívolo, mercurial, mundano, inculto, vingativo, mitómano, maldizente e, sobretudo, terrivelmente narcisista a ponto de ser megalómano.

Era visitante regular dos bairros boémios de Lisboa e das docas marítimas onde desfrutava a companhia dos marinheiros, tantas vezes tema da sua poesia. Apesar de ser sobretudo homossexual, António Botto foi casado até ao final da sua vida com Carminda Silva Rodrigues ("O casamento convém a todo homem belo e decadente", como escreveu ).

Despedido

Em 9 de Novembro de 1942 António Botto foi demitido do seu emprego na função pública (escriturário de primeira-classe do Arquivo Geral de Identificação) por:

"a) ter desacatado uma ordem verbal de transferência dada pelo primeiro oficial investido ao tempo em funções de director, por impedimento do efectivo;
b) não manter na repartição a devida compostura e aprumo, dirigindo galanteios e frases de sentido equívoco a um seu colega, denunciando tendências condenadas pela moral social;
c) fazer versos e recitá-los durante as horas regulamentares do funcionamento da repartição, prejudicando assim não só o rendimento dos serviços mas a sua própria disciplina interna."
Ao ler o anúncio publicado no Diário do Governo, Botto ficou profundamente desmoralizado e comentou com ironia: "Sou o único homossexual reconhecido no País..."

Para se sustentar passou a escrever artigos, colunas e crítica literária em jornais, entre os quais a revista Contemporânea (1915-1926) e a Revista municipal(1939-1973), e publicou vários livros, entre os quais "Os Contos de António Botto" e "O Livro das Crianças", uma colecção de sucesso de contos para crianças (que seria oficialmente aprovada como leitura escolar na Irlanda, sob o título The Children’s Book, traduzido por Alice Lawrence Oram).

Mas tudo isto se revelou insuficiente. A sua saúde deteriorou-se devido a sífilis terciária que ele recusava tratar e o brilho da sua poesia começou a desvanecer-se. Era alvo de troça quando entrava nos cafés, livrarias e teatros. Por fim, cansou-se de viver em Portugal e em 1947 decidiu emigrar para o Brasil. Para juntar dinheiro para a viagem organizou, em maio desse ano, recitais de poesia em Lisboa e no Porto, que resultaram em grandes sucessos, com elogios por parte de vários intelectuais e artistas, entre os quais Amália Rodrigues, João Villaret e o escritor Aquilino Ribeiro. A 17 de Agosto partiu finalmente para o Brasil com a sua mulher.

Últimos anos

No Brasil residiu em São Paulo até 1951 quando se mudou para a cidade do Rio de Janeiro. Sobreviveu escrevendo artigos e colunas em jornais Portugueses e Brasileiros, participando em programas de rádio e organizando récitas de poesia em teatros, associações, clubes e, por fim, botequins.

A sua vida foi-se degradando de dia para dia e acabou por viver na mais profunda miséria. A sua megalomania agravada pela sifílis era gritante e não parava de contar histórias delirantes das visitas que André Gide lhe teria feito em Lisboa ("Se não foi o Gide, então foi o Marcel Proust..."), de ser o maior poeta vivo e de ser o dono de São Paulo. Em 1954 pediu para ser repatriado, mas desistiu por falta de dinheiro para a viagem. Em 1956 ficou gravemente doente e foi hospitalizado por algum tempo.

Em 4 de Março de 1959, ao atravessar a Avenida Copacabana, no Rio de Janeiro, foi atropelado por um automóvel do governo. Cerca das 17h00 de 16 de Março de 1959, no Hospital da Beneficência Portuguesa, Botto, mal barbeado e pobremente vestido, expira, abraçado pela sua inconsolável mulher, que o chora perdidamente.

Em 1966 os seus restos mortais foram trasladados para Lisboa e, desde 11 de Novembro do mesmo ano, estão depositados no Cemitério do Alto de São João.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Botto

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domingo, 1 de janeiro de 2012

Matrix. Realidade, ilusão, ciência – Reloaded



Meu nome é Morpheus. Alguns insistem em fazer analogias associando meu nome à figura do pregador João Batista, mas isso não tem o menor fundamento, acreditem. A nave na qual viajo se chama Nabucodonosor, porque certa vez sonhei com a destruição de Jerusalém, embora até hoje não saiba o que isso quer dizer. O onirismo às vezes nos prega dessas peças.

Venho em missão secreta, do centro quente da terra de Sião, a última cidade dos seres livres. Sou o visionário que lutará para libertar a humanidade do domínio das máquinas. Embora plasmado em imagem masculina, advirto que sou mulher mesmo e só usei a indumentária na película porque estava vindo de uma dessas modernas e ridículas festas temáticas para adultos.
Metaforicamente sou o componente yang da psique… putz, yin, deixa de novela e segura a droga desse microfone!… Continuando, sinto informar que não surtiu o efeito esperado tapar o sol com a peneira, Vocês esqueceram esta velha máxima? Por que os algozes usariam a energia solar se podiam recorrer à fonte dos próprios humanos, mais abundante e barata?
Repudio a ideia de ver vossas mentes conectadas em Realidade Virtual e abomino esses campos de cultivo, em que casulos aprisionam vossos corpos para alimentar as insaciáveis máquinas. Gostaria que soubessem o quão lamento vê-los manipulados, customizados no brechó da esquina e deslumbrados com as reprises das novelas globais.

Agora, as máquinas evoluídas pela AI reinam absolutas sob o comando do Agente Smith, especialmente programado para manter a ordem dentro do sistema e pronto para fazer uma faxina e exterminar humanos e programas instáveis na realidade simulada. Elas querem vossas energias, vossos votos para reeleger Dilma daqui a quatro anos, vossos incondicionais apoios à CPMFs (1), vossas certidões de idade, vossos cartões de crédito, vossas mãos em casamento e muito mais. Por isso, insisto, está na hora de fugir da caverna do senso comum e superar a ignorância rumo à filosofia. As dúvidas de como vencer essa árdua jornada poderão ser encaminhas ao site do Platão, aberto 24 horas por dias, inclusive nos fins de semana.

Insito, nem tudo está perdido, pois vislumbro um ser dentre vós, o Escolhido, capaz de controlar e derrotar os mecanismos antivírus da poderosa Matrix. Seria Anderson, o filho de André, o Hacker filho do homem, o ego psicologicamente representado, o neo Neo com excelentes e comprovados reflexos para apanhar sabonete no banheiro e messianicamente ressuscitado na sala 303 após beijo caloroso de Trinity?
Para verificar a identidade do Escolhido é preciso consultar o Oráculo – uma senhora casada com um carpinteiro de nome José – que sabiamente assertou “A nossa escolha é a repetição das nossas escolhas”. Por vezes ela aparece disfarçada de vendedora de hambúrguer(2) no McDonald’s e pode-se identificá-la facilmente pela canção “I’m Beginning to See the Light” (‘Estou Começando a Ver a Luz’), de Duke Ellington, que ela costuma entoar ouvindo o seu radinho de pilha ABC. Mas todo Oráculo que se preza tem a proteção do seu Cérbero de guarda ou espírito superior e assim Neo será testado e enfrentado por Seraph antes de este o conduzir até ela.
E não se enganem. Pode ser um contrassenso, mas Neo estaria perdido sem esse amparo, ainda que o Oráculo não forneça respostas, só escolhas. Eu mesmo, Morpheus, quando Neo decidir  ingerir a pílula vermelha que o deixará na maior lombra à la “Lucy in the Sky with Diamonds”, o alertarei: “ Esse home precisa entender que estou tentando libertar sua mente. Mas eu só posso mostrar a porta. E esse home é que tem que decidir se quer atravessá-la ou não.” Basta ver que o Kafka já sabia sobre o poder das escolhas, do livre-arbítrio, tanto que a porta da justiça permaneceu fechada diante do homem que não ousou enfrentar as adversidades que o adentrar reservava. E sabe-se que a passagem estava ali exclusivamente para ele.

E tem mais. Toda cautela é pouca com Cypher. Ainda que seu nome lembre Lúcifer – ele está mais pra Judas do que para anjo caído. É a encarnação do mal, a traição, o retrocesso total do eu e defende a ilusão como mais interessante do que a realidade ou “olhos que não veem, coração que não sente”. Costuma recorrer a citações do Mecanismo de Defesa do Ego (MDE), sem os devidos créditos e sem pagar pelos direitos autorais.
Por outro lado, Trinity, o aspecto yin da psique, pode ajudar muito. A não ser que yang, por sua personalidade possessiva e ciumenta, não o permita. Trinity é o apoio físico e espiritual ao Escolhido, a trindade que se resume em 4: pai, filho, espírito santo e assim seja. Recomendo tratá-la com o maior recato e prudência. Chamá-la inadvertidamente de Madalena seria um erro crasso que a deixaria puta para o resto da vida.




Assim, o Escolhido deverá seguir os coelhos brancos mutantes que aterrorizam rancheiros do Arizona, além de dominar o conhecimento sobre o alfabeto japonês ao contrário, a fim de desvendar os seguintes enigmas:
Por que aqueles Cavaleiros continuam dizendo “Niilismo”?
Por que Lula deixou de usar o famigerado “Companheiros”?
Por que a Capitania Hereditária do Maranhão não foi extinta junto com os dinossauros?
Por que herbívoros como a cabra, o cavalo, a vaca e o elefante, com dietas similares, apresentam excremento sólidos de formato e volume tão distintos?



A seguir, serão fornecidas algumas pistas elucidativas, pelo reconhecimento aos esforços de centenas e centenas de pessoas que visitarão este blog na tentativa de decifrar o enigma, cujos comentários não serão divulgados aqui devido a problemas técnicos verificados na transmissão de dados da nave-mãe à nave-filha, que se encontradeslumbrada com as babaquices do Big Brother. Assim, as informações poderão ser repassadas ao Enviado, por mensagens através do Twitter, do Facebook, do Orkut, do Badoo, do MySpace, do Hi5, Windows Live, Netlog e outras tantas redes sociais:
Os Cavaleiros do Monty Python permanecerão dizendo Ni e pedindo um shrubbery na Amazônia. Pode parecer absurdamente nonsense esmolar um shrubbery numa floresta tão majestosa, mas da maneira como anda o desmatamento, nem o carrinho que anuncia “vendo arbustos” vai salvar a trupe dos míticos cavaleiros. E, ainda que este planeta se vá pelas mãos do homem ou pelas motoserras nas mãos do homem – os satélites e as ondas magnéticas das TVs a cabo ou não já providenciaram a disseminação eterna dos Nis pelo Cosmos. Os legendários Cavaleiros querendo ou não.

Quanto aos excrementos dos herbívoros ruminantes, é tudo muito óbvio e o quesito figurou aqui apenas para avançar com o discurso e atender às exigências da titular deste blog, que não permite posts sucintos: Ora, a aparência e o volume do produto final não estão diretamente atrelados ao tipo de matéria-prima que entra e sim aos meandros internos de circulação e às dimensões do espaço por onde sai. Assim sendo, está clara a razão pela qual um pobre cabrito não poderia defecar qual um cavalo. Por sua vez, o elefante, por motivos idênticos e dado o seu porte magnífico, se evacuasse tal qual um cabrito, seria ridicularizado na selva, e o leão do imposto de renda, um felídeo bastante feroz, impiedoso, e oportunista, o emboscaria e o comeria rapidinho, bem antes de a pequena empresa completar o seu primeiro ano de atividade, embora o rei barbudo da selva esteja pouco se lixando para isso. Certa vez, ao ser indagado por agentes de terno preto e óculos escuros sobre esta intrigante questão do formato dos sólidos escatológicos dos bichos herbívoros, ele, espantado, não deu explicações convincentes. Aí o bicho pegou. Os nativos correram pra cima dele com paus e pedras, tablets, ipods, ipeds  e smartphones. Como é que o rei da selva não sabia nada de absolutamente bosta nenhuma?
Mas águas passadas não movem moinhos, já diz o adágio. Portanto, não esqueçam de agir sem trapalhada, porque apelos ao estilo Tooter Turtle, “Mr. Wizard, me tire daqui”, não mais serão atendidos, porque já não haverá varinha de condão, o lagarto não possui mais poderes de teletransporte e nem poderá devolver o velho eu para quem por ventura se arrependa e queira ser feliz com o que era.

E nada de egoísmo. O que vale é a negação do indivíduo e a segurança da massa. Pelo fim da gripe suína que ninguém mais se lembra, pela melhoria do transporte  no Barsil todo e pelo fim da corrupção e da roubalheira dos nossos políticos. Abaixo a prostituição infantil descoberta pelo Fantástico, nas esquinas "Wells Lake" de Ponta Negra. Pelo fim do nitrito na água de Natal.
Abaixo o azu, viva o vermelho, pelo fim do domínio das máquinas, pela sobrevivência da espécie humana!

NOTAS
1. CPMF – A morta-viva. Seu fantasma ainda atormenta os cidadãos, ricos e pobres, desse Brasil brasileiro. Sua ressurreição pode ser iminente.
2. Hambúrguer – Um alimento para suínos e canídeos, composto por 43.569 ingredientes, dentre eles as partes asquerosas – estômago e afins – de animais domésticos.

Inês Mota



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