sábado, 23 de agosto de 2008

Eureka!!!

No princípio, o Sol era uma imensa nuvem de poeira e gás que foi se contraindo e ao final de 50 milhões de anos virou uma estrela. Sim, o sol é uma estrela, e como tal, está fadado à morte.
A fase de tranquilidade do sol deve durar cerca de 11 bilhões de anos. Como ela se iniciou há 4,5 bilhões de anos, resta a bagatela de aproximadamente 6,5 bilhões de existência estável, atravessando um processo muito lento, onde chegará, segundo os cientistas, à fase das gigantes vermelhas e por fim apagará definitivamente. Antes de chegar a isso ele passará por outras fases, registrando um aumento de temperatura que deverá duplicar ao final da vida.
O período Sossegado da estrela, é determinado pela queima de hidrogênio, no seu interior, que vai se esgotando. Acabando o hidrogênio, acaba a produção de energia, provocando um colapso no seu núcleo, por não suportar o peso das camadas mais externas. Ainda assim ele passará a funcionar novamente, queimando o hidrogênio das camadas subsequentes, próximas ao núcleo. Isso fará com que as camadas mais externas sejam empurradas para fora . O Sol então passará a ter um diâmetro 200 vezes maior do que o atual, com grande luminosidade, avermelhado e, começando um processo de esfriamento. Nessa fase turbulenta, esgotado também o hidrogênio das camadas externas, ele passará a queimar outro componente, o hélio. O fato é que no final dessa fase ele perderá todas as suas camadas externas, e de uma estrela gigante, luminosa e fria , se transformará numa "anã branca", pequenina, porém muito quente. Por fim, quando esgotada a última reserva do combustível hélio, ele voltará a esfriar, transformando-se numa "anã negra".
E da gigantesca estrela não restará nada, além de uma nuvem de cinza invisível no espaço.

Não sei quantas vezes ao longo da minha existência - nada comparável à longevidade do astro- pensei no sol como uma estrela que nasce e morre. Parece absurdo. Não penso nisso e nem pretendia, não fosse por um momento enquanto escovava os dentes um dias desses: Um frasco de protetor solar diante dos meus olhos me fez sorrir enquanto refletia sobre essa realidade.
Estava escrito no rótulo: "protetor solar avançado"- "Previne o envelhecimento solar"- "previne rugas e manchas solares".
Então, se você não marcou absolutamente nada na sua agenda para daqui a 6,5 bilhões de anos, apenas para prestigiar o magnífico espetáculo da derrocada do sol, esqueça! Seu programa corre sérios riscos, porque o produto - garante o fabricante - é eficaz mesmo, se usado de forma adequada.

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sábado, 2 de agosto de 2008

El Poeta y sus tres casas .

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos".

El viento de la noche gira en el cielo y canta.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.

En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.

Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.

Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

Hoje li este poema de Neruda. É o Poema XX, extraído do livro "Veinte poemas de amor y una canción desesperada". Pensei em escrever algo sobre ele. Mas, que aspecto abordar da sua vida intensa, apaixonada e polêmica? O poeta, o amante, o surrealista? O embaixador, o exilado político, o marxista, o revolucionário? Ou o boêmio exótico, o mal humorado e birrento? Talvez o arrogante , vaidoso e egocêntrico, o mesquinho e conquistador barato, ou o oportunista de facetas grotescas? Seria o mito chileno um lobo disfarçado em cordeiro como alguns o consideram?

É fato que o Poeta chileno, um dos mais lidos do mundo, foi uma personalidade notável e destacada chegando a ganhar o Prêmio Nobel de literatura em 1971. Não escapou, porém, do rótulo de medíocre tanto como pessoa como quanto poeta. Não concordo com a segunda assertiva . Não tenho conhecimento de causa e não emito juízo de valor, quanto à primeira, que, confesso, não iria provavelmente ofuscar as suas qualidades poéticas. Prefiro dissociar o hostórico da vida de Neruda da sua produção literária e dos aspectos que as envolvem. (Embora a vida de um escritor possa influenciar sobremaneira a forma como sua obra é apreciada).

Lembrei-me então de suas três casas e resolvi pesquisar sobre elas.

O poeta chileno Pablo Neruda (1906-1973) primava por morar confortavelmente. Mas não era essa a carcterística mais importante. Ele transformou suas três principais casas no seu país natal em verdadeiros santuários do culto à sua complexa personalidade. A visita às sossegadas moradas dele em Isla Negra, em Valparaiso (La Sebastiana) e na capital Santiago (La Chascona), hoje transformadas em museus, é um passeio pelo universo caleidoscópico e controverso do poeta e pela cultura chilena. As construções rfletem aa sua paixão pelo mar, sem nunca ter velejado (era um "marinheiro de boca", como ele mesmo se denominava); a paixão pelas mulheres, mas especialmente por Mathilde Urrutia, a amante que se tornaria a terceira esposa, por quem se declarava um "eterno apaixonado", e com quem viveu o "verdadeiro amor"; o gosto pela leitura, pela arte, pela cultura, pelo lúdico.

"Se trata de que tanto he vivido
que quiero vivir otro tanto.

Nunca me sentí tan sonoro,
nunca he tenido tantos besos.

Ahora, como siempre, es temprano.
Vuela la luz con sus abejas.

Déjenme solo con el día.
Pido permiso para nacer."
Esta é "La chascona". Fica em Santiago. Foi construída pelo escritor para viver o seu romance secreto com Mathilde, que viria então a ser sua mulher.
"La chascona" Significa, na língua indígena quíchua, algo como "A desgrenhada", "A descabelada" e uma homenagem de Neruda , uma alusão os cabelos ruivos de Mathilde, em permanente desalinho .
A casa, impecável, aparece aos poucos durante a caminhada pela estreita Marquez de la Plata, a partir da rua Constitución, no boêmio bairro de Bellavista. Está tudo ali, como se o casal mais apaixonado do Chile fosse receber seus convidados. Bandeiras e placas com seu peixe-símbolo; grades que revelam as ondas do mar, a lua, as montanhas e as iniciais P e M; móveis e objetos pessoais em ordem e a mesa posta para o jantar; cartas, manuscritos, rascunhos; a maquete de sua casa sem escadarias, que jamais foi construída; quadros de Matilde, mapas de navegação e carrancas...
Em 1955, quando Neruda se separou da sua segunda mulher, Delia del Carril, e chegou a morar "oficialmente" em La Chascona com Matilde, que já estava lá havia um ano. Três anos depois, a casa atingiria sua configuração final. Castigada após o golpe de 73, ela também teve de ser restaurada para virar museu e hoje é a sede da Fundação Pablo Neruda e da biblioteca do poeta, com cerca de 28 mil volumes.
Os ecos do romance entre Pablo e Matilde estão por todos os lugares da casa -como no quadro do pintor mexicano Diego Rivera em que o característico perfil de Neruda surge dos cabelos ruivos e revoltos da amante. Na casa, entre livros e objetos de decoração, está também uma réplica da condecoração do prêmio Nobel, recebido por Neruda em 1971.
Um ponto alto é a sala de jantar, construída em formato de navio e repleta de louças e objetos de todos os cantos do mundo. Neruda mandou pintar o muro ao lado dela de azul apenas para ter uma impressão de horizonte enquanto olhava pela janela durante as refeições.

No cimo da colina de Bella Vista em Valparaiso, num o colorido labirinto de moradas, a casa "La Sebastiana" foi comprada por Neruda em 1959 e inaugurada festivamente em 1961. A residência vinha ao encontro do desejo do poeta de ter um endereço na cidade portuária histórica.
Separada por corredores de concreto e corrimões brancos, revela algo muito além de um simples bar para confraternizações amplas. Uma sala circular com grandes janelas de vidro proporcionam vista similar a de um farol à beira do mar, como queria Neruda. Um novo corredor separa a biblioteca, enquanto mais um lance de escadas nos leva a mais um quarto - onde Matilde viveu a partir de 1973, quando Neruda foi embora.
Também a “la Sebastiana” exibe um sem número de objetos que o poeta recolheu ao longo da vida, como as imensas estatuas das proas dos navios, mostrando mais uma vez nas suas casas a paixão pelo mar, aquilo que se pode ver de qualquer ponto dos 5 andares desta casa de Pablo Neruda.
Hoje, além de um museu, abriga um centro cultural e um café. No jardim, uma série de bancos "temáticos" sobre o poeta torna mais agradável o passeio. Dali, tem-se uma privilegiada vista do Pacífico e do porto, que já foi o mais importante do Pacífico Sul.

Sua paixão pelo mar e por tudo que o cercava, o inspirou a construir “Isla Nerga” a mundialmente célebre e mais conhecida das suas três casas.
Isla Negra, na verdade, não é uma ilha, mas o nome de uma pequena vila de pescadores no litoral do Chile, às margens do oceano Pacífico, distante aproximadamente 100 quilômetros de Santiago.
O poeta chegou a Isla Negra em 1939. Buscava refúgio para escrever seu engajado "Canto Geral". Havia apenas uma pequena casa no terreno e Neruda foi aos poucos, edificando a moradia definitiva.
Concluída em 1965, a casa de Isla Negra paga tributo às origens do poeta. Seu formato imita os vagões de um trem, em uma referência ao fato de que seu pai, José del Carmen Reyes Morales, foi ferroviário.
A construção em tudo lembra uma embarcação naval. grandes janelas de vidro, lembram escotilhas que poporcionam vista similar a de um farol à beira do mar, o chão, que range como um convés.Os tetos, baixos e abaulados, faziam-no sentir-se como velejar em alto mar sem ter de viver os verdadeiros perigos que o oceano lhe trazia.
Isla Negra está repleta de objetos de todo o mundo.Cerca de 3.500, espalhados pelos seus diversos cômodos. A casa é, em parte, um repositório da vida de Neruda, encontrando-se ali muitos objetos que o poeta-diplomata, e também grande colecionador, foi reunindo ao longo da sua vida, e onde o mar marca presença constante.São obras de arte, peças de artesanato dos índios mapuches, quadros, gravuras, fotos, mapas, instrumentos de navegação, figuras de proa de barcos, astrolábios, búzios gigantes, baús de corsário, pinturas, mapas, miniaturas de barcos em garrafas. Há esculturas, que guarda carrancas de proa, duas medusas, o grande chefe comanche, a Micaela e La Marinera de la Rosa. Em outra peça, está o "cavalo mais feliz do mundo", boneco que tem três rabos postiços e ganhava presentes de todos os visitantes. No mesmo cômodo, um biombo esconde fotos de mulheres nuas do século 19 -uma senha de que o lugar era apenas para a convivência de homens. Uma última sala, que começou a ser construída em 1973 mas só ficou pronta em 1992, guarda a coleção de conchas de todos os mares do poeta.
É um espaço regido pelo prazer. Parece um cenário, mas é um ambiente aconchegante. Como na poesia de Neruda, o elaborado também é simples. "Em minha casa tive brinquedos pequenos e grandes, sem os quais eu não poderia viver. Edifiquei minha casa como um brinquedo e brinco nela da manhã à noite", dizia.
No quarto do casal, o lado que está virado para o Pacífico, é só vidro, não há madeira do chão ao teto, e Pablo Neruda colocou a cama numa posição, inclinada, para que o Sol, assim que nascesse, incidisse diretamente no leito.
Chegou ao pormenor, de mandar fazer uma peça em madeira, parecendo um prisma triangular com a altura do leito, para colocar entre a cama e a parede, e, deste modo, "travá-la" para que ela não deslizasse da tal posição ideal face ao Sol...
Aqui, Pablo Neruda está sepultado num túmulo, que somente tem à sua frente o Oceano Pacífico, com a forma da proa de um navio, onde inclusive existe um mastro, numa alusão ao importante papel que o mar sempre assumiu para o poeta, estando a seu lado, o grande amor de sua vida, Matilde Urrutia, isto é, juntos na vida, juntos na morte.
Pido silencio
"Ahora me dejen tranquilo.
Ahora se acostumbren sin mí.
Yo voy a cerrar los ojos

Y sólo quiero cinco cosas,
cinco raices preferidas.

Una es el amor sin fin.
Lo segundo es ver el otoño.
No puedo ser sin que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.

Lo tercero es el grave invierno,
la lluvia que amé, la caricia
del fuego en el frío silvestre.

En cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.

La quinta cosa son tus ojos.
Matilde mía, bienamada,
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.

Amigos, eso es cuanto quiero.
Es casi nada y casi todo.
Ahora si quieren se vayan."

Fontes e fotos :
www.trezentosesessenta.blogspot.com/2007/10/pelas-casas-de-neruda.html
www.mundoportugues.org/content/1/217/chile-pablo-neruda-isla-negra
www.viagem.uol.com.br/ultnot/2008/05/01/ult4466u248.jhtm
www.interney.net/blogs/marmota/2008/02/12/eu_quero_uma_casa_igual_a_do_pablo_nerud/

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