quinta-feira, 17 de julho de 2008

"Satyagraha" ...or "“Resistance is futile" ?

Chamam a atenção pela natureza e diversidade , os crimes investigados pela Polícia Federal no país. Porém, por vezes me chamaram mais a atenção os curiosos e criativos os nomes pelos quais são batizadas as operações.

Parece que a mitologia grega, amiúde, tem servido de fonte de inspiração.

Fico imaginado que a escolha do nome Fênix, para investigar os crimes de fraude contra a previdência Social, não foi mero acaso. Pelas reincidências e a dificuldade de erradicação, o símbolo mais adequado seria mesmo a magnífica ave, que além de possuir uma força fantástica, mesmo depois de morta, após entrar em auto-combustão, possuía a capacidade de renascer das cinzas. Pertinente, tal qual a escolha de “Matusalém” e Zumbi”, para as fraudes ao INSS, por motivos idênticos: Longevidade e resistência ao extermínio. Muito lógico!

E Medusa . O que teria motivado a escolha do nome? Seria pela sua condição de mortalidade conferida por Atena ? Sugeriria o lado negativo do homem e a descoberta do peso contudente da culpa? A cabeça de medusa, depois de decapitada por Teseu foi afixado no centro da égide do escudo de Atena. Tal atitude supostamente a protegeria de todos os inimigos, de todos os males. Poderia ser essa a explicação mais plausível para o nome da operação que combateria a compra e venda ilegal de moeda estrangeira no país?

Bastante sugestivas são as Operações “Navalha” (Quem sabe uma alusão ao filme "Navalha na carne" e a idéia de se extirpar o mal pela raiz.), "Cavalo de Tróia" (Descobrir que seu saldo bancário foi surrupiado por hackers, é mesmo um presente de grego) : "Vampiro" ( Licitações de hemoderivados, também são fraudadas, sim senhor!) . Agora, se alguém souber o que significa "Ocrim Esa" , por favor me avise.

O nosso Estado também foi contemplado com a Operação “Terra do Sol” - o óbvio ululante!! - onde Natal/RN, foi a capital do nordeste escolhida para Coordenar o combate ao tráfico de drogas na conexão norte/nordeste do Brasil.

Confesso que havia esquecido completamente da origem do termo “grileiro” e redescobri ao pesquisar a Operação “Kaiapó”, que combateu grilagem, a extração ilegal de madeira e o garimpo nessa área indigena. O termo grileiro é usado para nomear quem falsifica documentos para de forma ilegal tornar-se dono das terras desocupadas (terras públicas) ou de terceiros.

A grilagem é quando se compra várias propriedades, uma do lado da outra, como se fosse um grande loteamento. Porém, na verdade estas várias propriedades unidas formam um grande latifúndio.

Para isso, falsificam documentos de uma forma bastante curiosa: colocando-os numa caixa com grilos, para que, roídos e sujos, fiquem com aparência de antigos. Dizem que há outras formas mais modernas, entre elas o uso do forno microondas, para dar uma tostadinha nos documentos...

Entretanto, nenhuma me chamou mais a atenção do que a Operação Satiagraha. Achei o nome bonito, charmoso. Não sabia do que se tratava.Ao pesquisar, descobri, que assim como eu, muitas pessoas também ficaram curiosas com o termo: Satiagraha significa firmeza da verdade. Termo criado por Mahatma Gandhi na campanha pela independência da Índia. A Resistência Pacífica à serviço da Ética e da Verdade Moral. desenvlvida durante a revolta à ocupação britânica. em sânscrito, Satya = verdade e Agraha = firmeza . E para os indianos é o significado do princípio da não agressão ou protesto pacífico em busca da verdade. Satiagraha é também definido como “caminho da verdade”.

A Operação Satiagraha, foi deflagrada pela Polícia Federal em 8 de julho de 2008 contra grupo de pessoas que supostamente praticava crimes financeiros.

Aqui, algumas das Operações da PF e do que elas se incubiam:



-Cavalo de tróia- crimes pela internet, contra bancos e clientes

-Têmis, Hurricane:
venda de sentenças judiciais favoráveis aos jogos ilegais

-Sucurí: crimes praticados por servidores públicos federais em Foz do Iguaçu

-Anaconda:
venda de sentenças judiciais

-Águia e Planador: tráfico internacional de drogas

-Zaqueu: corrupção nas delegacias do trabalho

-Isaías: Extração ilegal de madeira

-Matusalém e Zumbi: fraudes no INSS

-Lince: extração ilegal de diamantes

-Lince 2:
adulteração de combustíveis e roubo de carga

-Farol da Colina: remessa ilegal de dinheiro para o exterior

-Sucuri e Trânsito livre: facilitação de contrabando

-Pandora: extorsão à empresários

-Medusa-compra e venda ilegal de moeda estrangeira

-Hidra: combate ao contrabando

-Fênix: fraude à previdência Social

-Vampiro: fraude em licitação de hemoderivados

-Sanguessuga:compra superfaturada de ambulâncias, com
dinheiro público

-Kayapó:grilagem e extração ilegal de madeira e garimpo na Terra Indígena Kaiapó.

-Navalha e Orcrim Esa:desvio de recursos públicos federais

-Loki: Operações financeiras fraudulentas no Paraná.

-Terra do Sol: tráfico de drogas entre estados do norte e nordeste.Operação coordenada em Natal-RN


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sexta-feira, 4 de julho de 2008

O equívoco das cotas.

A Comissão de Educação do Senado, aprovou no dia 02 do corrente, Projeto polêmico de autoria da Senadora Ideli Salvati (PT/SC).
Pela proposta, alunos egressos de Escolas Públicas, preferencialmente os que se declararem índios, pardos e negros, podem ter 50% das vagas nas Universidades Públicas e Escolas Técnicas e Profissionalizantes.
Os alunos devem ter cursado integralmente o ensino fundamental nas escolas públicas. Além disso, dentro da cota, devem ser incluídas vagas específicas para negros, pardos e índios de forma proporcional à população do estado onde fica a instituição, além de pessoas com deficiência, independentemente de virem do ensino público.
O sistema de cotas, é um equívoco. Longe de ser uma política afirmativa,acentua e reproduz novas desigualdades.É um viés discriminatório, onde o Estado, ao usar o critério da cor ou "raça", considera uns mais inteligentes do que outros.
Ao invés de política "compensatória" das cotas, defendo investimentos mais significativos do Estado para as escolas públicas, a fim de que possam oferecer um ensino básico capaz de proporcionar a todos- pretos, brancos, pardos, índios ou deficientes , condições de competir com os alunos da escola paga.

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terça-feira, 1 de julho de 2008

Arrochando o nó do cabresto.

Na última quarta-feira, o Presidente Lula anunciou um reajuste de 8% nos valores do Programa Bolsa Família.
O aumento implicará gastos extras na ordem de 400 milhões para o governo.
Ele rebateu com veemência as críticas de que o reajuste tenha caráter "eleitoreiro" pelo fato de haver sido concedido em ano eleitoral e de começar a vigorar antes das eleições municipais, a partir de hoje, 1° de julho.
É inegável, que programas sociais como O Bolsa família, funcionam como paliativos, e geram dependência. Mas, claro, rendem votos. Muitos votos! E o governo não abre mão dessa máquina. Os beneficiários temem perder a quantia mensal que embolsam sem esforço. Assim, acabam votando em quem as fornece. Isso, mantém o statu quo, onde ambos tiram proveito . Uma relação harmoniosa e perfeita, um mutualismo, um acordo que nenhum dos indivíduos da cadeia tenciona quebrar.
Embora, o investimento talvez fosse mais proveitoso, mesmo com efeito a longo prazo, se aplicado no incremento da economia; na geração de empregos; na educação de qualidade. Quem sabe assim, as crianças de hoje não se transformariam nas "beneficiárias" do futuro.
Se na visão do governo, era uma medida realmente necessária, devido o aumento do custo de vida, como alegado, bem que ela poderia ter sido adotada no final do ano passado.
Para mim, atitudes como esta e tantas outras, como obras e verbas liberadas para políticos aliados em véspera de eleição, se configuram sim, descaradamente, na compra de voto, por mais refutadas que sejam.



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