quinta-feira, 25 de junho de 2009

"O labirinto", por Jorge Luis Borges

(imagem da internet)

Este é o labirinto de Creta.
Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro.
Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações.
Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro, que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações como Maria Kodama e eu nos perdemos.
Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro, que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações como Maria Kodama e eu nos perdemos naquela manhã e continuamos perdidos no tempo, esse outro labirinto.


(in Atlas - tradução de Miguel Angel Paladino)






De como um ícone, um mito que revolucionou a música pop, não conseguiu escapar dos traumas de infância, das doenças (reais ou fictícias) das tragédias, dos desencontros, dos desajustes, da solidão.
E morre só ...

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2 comentários:

Jens disse...

Oi Inês.
De Borges, nada a dizer a não ser louvar o talento: Ave, mestre.
Saúdo também o som de Ottis Redding.

Um beijo.

Flávio Corrêa de Mello disse...

Oi Inês,
essa idéia de repetição associando ao labirinto é bem legal né!
Tem-se a impressão de que vamos nos perdendo, enrondilhando por dentro do labirinto. Tem um poema do Antônio Cícero, Minos, que também utiliza a ideía de perder-se por dentro das estrofes através dos vocábulos que vão se repetindo.
Não conhecia o "labirinto" de Borges, mas é ótimo. Bom post!