terça-feira, 21 de junho de 2011

Soneto branco ou Sinestesia desmetrificada


Sara é uma formiga amarela  e calipígia,
Catarina, a vagem seca de tamarindo,
Geraldo, uma garganta vermelha irritada
E Glória, um vidro de compota de goiaba.

Arroz deveria chamar-se  catapulta, 
Almôndega, o  banco de madeira da pracinha
Sorvete, um livro com cheiro de azul royal,
Porque moela é  uma caixa guarda - jóias.

Camelo  é uma linha no azul do horizonte,
Tilacino, a máquina que derruba castanheiras,
Suricato, a  sovela rombuda do sapateiro
E urubu, um sapinho que foi para o céu.

Porque  estética é  um elástico que perdeu a força
E soneto,  um travesseiro de penas de Petrarca.
 Inês Mota

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2 comentários:

BAR DO BARDO disse...

muito bom
bom mesmo

Ines Mota disse...

Obrigada, pela visita, Henrique. Um abraço.